O espumante
é o vinho, dentre todos, que se serve mais frio, ao redor dos 9º C. Essa é mais
ou menos a temperatura de uma geladeira doméstica em uso rotineiro.
Ele deve ser servido em taças longilíneas, alongadas, conhecidas como flüte, ou
flauta. Assim, com uma boa altura de líquido, é possível apreciar a pérlage,
que tanto trabalho deu ao vinicultor para ali estar. As taças planas e rasas,
que o folclore dizia terem sido moldadas nos seios da rainha francesa Maria
Antonieta (que morreu na guilhotina durante a Revolução Francesa, de 1792)
estão em desuso tecnicamente, mas é claro que podem ser utilizadas também.
As taças
do tipo flauta devem ser previamente resfriadas e enchidas em duas fases, para
que o excesso de espuma não derrame borda afora.
A abertura de uma garrafa de espumante é um ritual
à parte, pois dispensa o uso de ferramentas especiais, como o saca-rolhas
(embora existam instrumentos que ajudam a empunhar e firmar a rolha). A rolha
do espumante é amarrada por uma gaiola metálica e fica parcialmente exposta,
permitindo que seja puxada por essa porção externa.
A garrafa
deve estar bem fria e não ter sido chacoalhada durante o transporte até a mesa,
pois caso contrário uma expulsão explosiva será inevitável. O espocar da rolha,
tão celebrado em festas e comemorações (como nas corridas automobilísticas, por
exemplo) é tecnicamente indesejável, pois faz com que se perca uma parte
importante do gás carbônico, cujo aprisionamento tanto custou - e que, afinal,
é o elemento que faz a diferença entre um vinho tranquilo e um espumante.
Assim, ao abrir um espumante, certifique-se de perder o mínimo possível de pressão
- e de não ser atingido pela rolha.
A rolha,
assim que afrouxada a gaiola, torna-se um projétil em potencial, responsável
por muitos copos quebrados e olhos roxos mundo afora. Cobri-la com um
guardanapo de serviço durante toda a operação de remoção é uma boa estratégia.
O vinho espumante deve ser degustado bem frio. Para
mantê-lo na temperatura ideal de consumo é recomendável deixar a garrafa dentro
de um balde com água e gelo. Não esqueça de envolver a garrafa com um
guardanapo de serviço quando retirá-la da água, para que não molhe a mesa ou os
convivas.
Espumantes e comida - harmonização
O espumante pode tanto acompanhar comidas quanto
ser degustado em coquetéis e como aperitivo, precedendo uma refeição agradável.
É tradicional em encontros formais e informais oferecer um espumante aos
convidados como forma de recepcioná-los, à chegada.
Sua boa acidez, frescor e leveza o credenciam para
preceder uma refeição, despertando o apetite e acompanhando o tira-gosto.
Bebidas muito pesadas, como a cerveja, saciam o apetite, e muito alcoólicas,
como o conhaque ou o uísque amortecem as papilas gustativas.
É ideal também para recepções e celebrações, em solo.
O espumante branco brut acompanha maravilhosamente
frutos do mar in natura, como ostras, caviar, salmão defumado, mariscos crus ou
em conserva. Também escolta com galhardia os embutidos, como o presunto cru,
copa, salames. Mesmo pratos quentes, como preparações delicadas à base de
pescados e frutos do mar, massas de sabor suave, e aves de carne branca,
especialmente com manteiga ou molhos brancos, como o tradicional Béchamel, vão
excepcionalmente bem com o espumante brut (ou nature).
O espumante rosado também admite ser compartilhado
com carnes brancas e rosadas, e até mais escuras, como as de aves de caça
(perdizes, codornas, faisão) e pequenos animais, como o coelho e o escargot
(caramujo). É ideal com salmão, atum, gaspacho (a sopa fria de tomates
andaluza) e até carnes frias, como o rosbife fino. Molhos de tomate de pouco
cozimento, à primavera, ou com tomates frescos vão muito bem com o espumante
rosado.
Os espumantes tintos encontram nas tradições
regionais suas combinações mais conhecidas. O Lambrusco (que como Prosecco é o
nome de uma variedade de uva) é perfeito com a mortadela bolonhesa. O espumante
da Bairrada é usado para ajudar a digestão do gordo leitão regional, assado
inteiro no forno assim que desmamado.
Os espumantes doces acompanham patisserie
(biscoitos, tortas e bolos doces, recheados ou não com cremes de confeiteiro -
a l'ánglaise) à perfeição; e os moscatéis espumantes são acompanhantes
maravilhosos para acompanhar frutas de polpa branca, como a pêra, maçã, pêssego
branco e melão, bem como macedônias e saladas de frutas
Fonte: Eduardo Viotti. "HowStuffWorks - Como
servir champanhe e espumantes". Publicado em 14 de dezembro de
2007 (atualizado em 06 de maio de 2008)
http://lazer.hsw.uol.com.br/servir-champanhe.htm (26 de novembro de 2013)
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